terça-feira, 24 de novembro de 2009

Poema aos amigos

A amizade é um motivo de eterna alegria
E o rumo para onde ela conduz é você quem decide.
Não há motivos para a amizade acabar um dia,
Porque a amizade é algo que se multiplica quando se divide.

Mesmo que se sofra com a ingratidão,
Mesmo que se pague sem saber o quanto custa,
Mesmo que seja uma pequena luz na escuridão
E mesmo que pereça em uma luta injusta.

É nas horas mais difíceis que se prova a amizade,
Não é tão simples como provar uma sobremesa.
O fogo queima, mas prova o ouro de verdade.
O fogo queima e mantém a chama acesa...

A amizade é um investimento sem retorno garantido,
Embora deva ser cultivada a cada momento.
E apesar de hoje ter o seu sentido corrompido,
É o mais nobre, o mais notável sentimento.
Deleir Inácio de Assis

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

À procura, à espera, à espreita

Ando alucinado
À procura de um sorriso,
De um abraço apertado,
Meu eterno paraíso.
À espera de um beijo,
Do canto do rouxinol.
A loucura do desejo
De embarcar num girassol.
Vivo à espreita,
Esperando o amor chegar.
Eu sou aquele que aceita
Todo o amor que tem para dar.
Deleir Inácio de Assis

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Imagine se fosse assim


Imagine se cada nuvem fosse
Um pedaço de algodão-doce!
Imagine também se o sol
Fosse um grande girassol!


Imagine se fossem lâmpadas as estrelas
E que fosse possível acendê-las!
E se a lua esburacada que vejo
Fosse a morada de caranguejos?


Ah, como eu queria que os animais
Falassem e falassem mais!
E que o céu fosse uma enorme piscina
E que ninguém caísse para baixo, só para cima!


E se o homem tivesse um coração?
Não haveria guerras e destruição.
E se o dinheiro fosse de papel?
Se a água do rio fosse mel?


Em meus sonhos tudo é assim,
Fantasia e festa sem fim.
Mas agradeço a Deus por tudo o que fez
E mergulho em quimeras mais uma vez.


Deleir Inácio de Assis

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Meu Sol, eterno Sol




O Sol sempre brilhou para todos e para todas.

Para os solteiros e para os noivos comemorando bodas.

Para as flores que desabrocham e são novidade.

Para as crianças que desejam brincar e correr pela cidade.



Brilha e faz a borboleta parecer mais reluzente e colorida.

Brilha trazendo mais cor e mais vida para toda a vida.

Brilha e ainda não é hora de perder o seu brilho.

Brilha, iluminando a família, pai, mãe e filho.



Ao surgir, imponente, faz a noite escura virar dia,

Testemunhando o brotar da paz e da harmonia,

Aquecendo os campos, os mares e todos os espaços,

Abrindo caminho para encontros, beijos e abraços.



Às vezes, ele é vencido pelas intempéries e se oculta

Atrás das nuvens e apenas o trovão se escuta.

Ventos e tempestades se apoderam do instante

E tornam a escuridão um fator preponderante.



Porém, não se pode negar que esse fato é passageiro

E logo o Sol se mostra novamente radiante e faceiro.

Seu brilho e seu calor sempre hão de vencer no final.

Sol, meu eterno Sol, impera soberano no espaço sideral.



Deleir Inácio de Assis

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Triste ilusão

"Lua vai iluminar os pensamentos dela
Fala para ela que sem ela eu não vivo
Viver sem ela é o meu pior castigo"... Katinguelê


Não pretendo ser o melhor que você já possuiu
Nem que me olhe e veja brilhar uma luz
Entendo que seu sorriso me seduz
Mas já era, meu mundo desabou, tudo ruiu.
Só preciso saber em que parte eu errei.
Não consigo encontrar um motivo para o final.
Você sabe dizer o porquê, eu não sei,
Da minha história terminar muito mal.
Iludido, meu coração chora e chora
Querendo uma explicação convincente.
Por que você foi-se embora
Tão depressa e repentinamente?
E agora, a lua é minha companheira
Fadigada por ouvir meu lamento.
Tentando, lá do alto e de alguma maneira,
Amenizar, com o seu brilho, o meu sofrimento.

Deleir Inácio de Assis

domingo, 20 de setembro de 2009

Alegria devassa

Alegria devassa


Você em mim é o concreto,
É o abstrato, o subjetivo, o irreal.
Embora seja também o incorreto,
A boa índole, o amor humano, o ideal,
Que torna meu pensamento irracional.
Na partida, é a despedida e a chegada triunfais,
A saudade sincera e apenas desejada.
O seu nome, escrito com letras garrafais,
É o meu consolo, de lágrimas, na carta molhada,
Que tanto fala sem nunca dizer nada.
Causa espanto a sua ausência tenebrosa,
Pois a solidão me assombra e me intimida.
Não havendo nem poesia, nem verso e nem prosa
Na palavra que o vento traz adormecida,
Que ecoa triste, em contrapartida.
Só basta que eu saiba que ainda me ama
Para que, enfim, a primavera renasça.
Para que a amargura que agora em mim inflama
Seja mais uma nuvem negra que passa.
É o legado de uma inconstante alegria devassa.
Deleir Inácio de Assis

Provisão divina

Para o céu eu olho,
De onde virá o meu socorro.
A chuva cai, eu me molho
E sinto que já não morro.
São águas que correm para me salvar
E livrar do tormento da desilusão.
Lágrimas serenas que fluem do olhar
São águas que brotam do meu coração.
Fazem crescer em mim o sentimento
De confiança no que há de ser.
Mantêm firme e forte o pensamento
De que do céu emana o divino poder.
Deleir Inácio de Assis

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Olhar de criança


Ainda observo a vida com um olhar de criança
Olhar puro, infantil e sem malícia
Que vê, analisa e admira cada delícia
Que se mostra no compasso dessa dança.
É um olhar que se desprende de toda maldade
Procurando simplesmente, no escuro, o amor,
Na sarjeta, nas intempéries, na adversidade,
Sondando um campo de guerra à procura de uma flor.
Meu garoto conclui que é difícil se amar
E acreditar na esperança no porvir
Ao se deparar com um mundo de dor sem par.
Mas não pensa nunca em desistir.
Por que será que o amar é a vergonha
E a solidão é a companheira mais fiel?
Se é na inocência e na pureza de quem sonha
Que é revelado o reino do céu?
Deleir Inácio de Assis

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Penumbra




A noite é um instante.
Instala-se a penumbra.
Luar inquietante
Que meu olhar deslumbra.

Por que o meu amor partiu,
Deixando minha alma ferida?
Oh, lua, de brilho gentil,
Ilumina-me na sombra bandida.

Deleir Inácio de Assis

sábado, 8 de agosto de 2009

Retratos de uma vida gloriosa




Qual é a cor da felicidade?
Que som produz a conquista?
É a voz, a transparência, a verdade,
É a paz no coração do otimista.
No tocante ao sentimento,
Esse se faz de coração e de afeto,
Que de longe ou de perto,
Instalou-se e fez morada aqui dentro.
E assim, na candura da vida,
O que dizer dos nossos problemas?
É a inconstância, é a parte dolorida,
Apenas digo-te que não temas.
Pois tudo há de passar e se fazer novo,
Qual chuva de verão, que é transitória.
E a esperança traz, enfim, o renovo
E a mudança dos rumos da nossa história.
Pela tua humildade e teu coração puro,
Voarás além dos limites do horizonte.
Pelo teu espírito consolidado e maduro,
Serás, então, feliz onde quer que se encontre.
Deleir Inácio de Assis

quarta-feira, 22 de julho de 2009

A dor de viver

Nem sempre um sorriso lhe dirá alegria...

Nada pode me fazer crer no futuro
Nem pensar que ainda há um caminho.
Estou completamente sozinho,
Sou um homem completamente maduro.


E é por isso que não me deixo enganar
Nada muda, tudo continuará ruim.
Não preciso de ninguém para me magoar
Nem de alguém comigo, enfim.



A vida apenas serve para causar tristezas
E as mágoas não podem ser apagadas.
São como luzes de velas acesas,
Que só cessam com a morte outrora desejada.



Deleir Inácio de Assis

sábado, 6 de junho de 2009

Ninguém vê...

Ninguém vê. Por quê?

A minha carne sangra e ninguém vê.
Ninguém vê porque cada um olha somente para si.
E o espelho é seu deus, em quem se crê.
E assim, ninguém vê o meu sangue escorrer e pingar e cair.


O que isso importa? Só eu sofro nessa história...
Cada um carrega seu próprio fardo.
Não existe uma pessoa sequer que seja simplória,
A ponto de oferecer auxílio nem mesmo a um bastardo.


Imagine a mim, pobre de mim...
Um mero homem à procura do meu sonho.
E desse modo se chega ao fim,
Na trajetória da vida que aqui exponho.

Deleir Inácio de Assis

domingo, 10 de maio de 2009

Maio

Flor de maio

Quem devia sair, já saiu
E acabou-se o mês de abril.
Não sei se fico ou se saio
E viva o mês de maio.
Se saio, vou com as armas em punho
E que venha o mês de junho.
Deleir Inácio de Assis

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Inesquecível

Não consigo imaginar você sem mim e muito menos eu sem você
Disfarçando sentimentos que não cabem no silêncio da ilusão
E o vazio que me invade o pensamento quando penso em lhe ver
E a saudade que me acorda da realidade-triste-solidão.
Essa dor tão forte, intensa, que insiste em me machucar
É a dor da indiferença quando busco o seu olhar
E me vejo assim, perdido, crendo que me aceitará outra vez
E novamente a escuridão apaga toda a minha insensatez.
Não poder acordar e saber se dormiu bem
Não ser capaz de suprir as suas carências
Tudo isso me derruba e me perturba, porém,
Meu coração regozija pelas nossas inesquecíveis experiências.
Sempre quis você feliz, sorrindo e alegre por me ver
Mas o tempo e a distância não nos foram favoráveis
E hoje trago na lembrança e não consigo me esquecer
Dos momentos tão eternos, tão sublimes e inexplicáveis.
Deleir Inácio de Assis

sábado, 25 de abril de 2009

Paraíso das águas quentes


Águas quentes, muito quentes,
Caldeirões quase ferventes
Sensação de bem-estar
Uma brisa leve no ar.
As idas e vindas ainda serão várias
Situações não imaginárias
São puramente reais
Voltarei outra vez mais...
Deleir Inácio de Assis

domingo, 12 de abril de 2009

Vida nova

Encenação da via sacra em Planaltina. Foto de Uarlen Fernandes.


A dor da despedida ainda impera soberana.
O Mestre partiu, deixando-nos sozinhos.
Foi castigado injustamente nessa terra profana.
Com ironia, puseram-lhe uma coroa de espinhos.
Se ao menos Ele aqui retornasse...
Teríamos vida nova e a alegria renovada!
E eis que é dia, o sol já nasce,
Trazendo a esperança na nossa caminhada.
Mas não há mal que dure para sempre.
Disse o anjo: "Ele já ressuscitou!"
Por isso, é preciso que o mundo inteiro se lembre
Que a dor da sua morte já acabou.
Assim como a terra seca necessita de água,
Assim é meu espírito precisando do Senhor,
Que renasce em nossos corações nessa Páscoa
Para inundar-nos com seu eterno amor.
Deleir Inácio de Assis

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Foi-se embora...


Já faz tanto tempo, mas ainda me lembro.
Não dá para esquecer.
É como se tivessem me arrancado um membro
Só para me fazer sofrer!
Foi-se embora sem ao menos se despedir.
Não doeria tanto se me contasse a verdade.
Eu não teria o direito de impedir
Que partisse deixando apenas saudade.
Apenas queria dar meu último adeus...
Ou seria uma tentativa de evitar a partida?
Hoje rolam lágrimas dos olhos meus.
São o reflexo da dor da despedida.
Deleir Inácio de Assis

sexta-feira, 13 de março de 2009

A mais bela inspiração

Homenagem à minha amiga Let.

Em sua simplicidade
Explicita-se a verdade.
Em seu sincero olhar,
A eterna arte de amar.

Nas palavras tão bonitas
Que a nós sempre são escritas,
Encontramos a esperança,
A pureza de uma criança.

A inspiração percorre seu interior
E transborda e nos contagia.
Faz a mágoa tornar-se poesia de amor
E o silêncio, a mais bela melodia.

Ó, sublime rosa exuberante,
Exala um perfume inebriante!
Sejam sempre seus ditos pétalas ao vento
Encantando-nos a todo momento!

E que o espinho da sua falta
Seja efêmera dor de solidão,
Pois sua beleza lhe exalta
E permanece. A dor não.

Deleir Inácio de Assis

quarta-feira, 4 de março de 2009

A cumplicidade do céu

O céu não é o limite...

Olhei para o céu.
Mirei um véu
De algodão.
São nuvens brancas,
Suaves, francas
Na imensidão.

Em cumplicidade
Contei a verdade,
Um triste segredo.
E as nuvens puras
Ficaram escuras.
Chuva e medo.

O som das águas
Lavando as mágoas
Era o que se ouvia.
O meu céu confidente
Resolveu, de repente,
Trazer-me alegria.

Na chuva como criança,
Só restou da dor a lembrança
De ser julgado por Osíris.
A roupa molhada,
A alma lavada
E no céu, um arco-íris.

Deleir Inácio de Assis

sábado, 28 de fevereiro de 2009

Esses olhos verdes...


Esses olhos verdes, sensíveis,
Donos de um olhar profundo,
São olhos meigos, irrepreensíveis.
Miram um ponto fixo e enxergam o mundo.
Na candura desse terno olhar
Se esconde um incrível mistério,
Um enigma a se decifrar,
Uma fúria, um grito preso e um refrigério.
Seu olhar é deveras fulminante!
Ora encanta, ora apavora...
Se há pouco tinha brilho de diamante,
O silêncio da praia deserta ele tem agora.
Mas é calma, tranquilidade,
É sereno, é calado, está em outro nível!
E apesar da sua seriedade,
Reflete a alma de um garoto indescritível.
Deleir Inácio de Assis

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Vermelho


Vermelho é a cor do amor e da paixão
É o revestimento da dor da solidão
Do sangue que escorre ao ferir-se o coração.

Deleir Inácio de Assis






"De vermelho vive o coração..."

sábado, 21 de fevereiro de 2009

Um menino e um passarinho


Um menino com um estilingue na mão
Um passarinho voando em alegria passageira
O menino mirou em sua direção
E uma pedrada que foi certeira!
O menino vibrando pelo seu ato
O passarinho sofrendo uma dor tremenda
E caindo em direção ao mato
Em seu peito, foi aberta uma fenda.
O menino com um cruel estilingue
Um choque entre o passarinho e o chão
O passarinho e sua dor, aquela que não se extingue
Uma pedra cravada em seu coração.
Um silêncio fúnebre e sepulcral
O último suspiro do passarinho
O lamento e a tristeza do final
Daquele que nunca mais verá seu ninho.
O menino lamentando pelo seu ato covarde
O arrependimento por ser o culpado pelo final triste
E agora já é muito tarde
Um passarinho que agora não mais existe.
Deleir Inácio de Assis


quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Sentimento

Sentimento indefinido
Como posso descrevê-lo?
É o motivo do gemido
E que eriça todo o pelo.
Foge do meu alcance,
Mas trago no interior.
Dotado de acentuada nuance,
Alguns chamam de amor...


...


Deleir Inácio de Assis


domingo, 15 de fevereiro de 2009

Sono de menina

Como é bom dormir...

Olhos vermelhos de sono...
Mas não quero e não devo e não posso dormir.
Não se trata de algo monótono,
Nem de insônia ou problemas ou cachorros a latir.

É que tua imagem me fascina!
Não consigo deixar de te admirar.
Este rosto lindo de menina...
Anjo que paira no ar!

Sonha... E em teu sonho sou todo teu!
Não há lágrimas nem pranto...
O dia ainda não amanheceu.
Dorme, dona do meu encanto!

A lua me acompanha nessa viagem
Em cumplicidade indiscutível.
Seus raios tocam a meiga face numa massagem
Que a torna ainda mais irresistível.

Sonho acordado, isso é o bastante.
Tu renovas minhas energias
Para que, pela manhã, eu siga adiante,
Sonhando acordado com a mais bela das gurias.

Deleir Inácio de Assis

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

A ponte, o rio e as piranhas


No meio do caminho havia uma ponte
E embaixo da ponte, um rio
E, no rio, um monte
De piranhas de aspecto sombrio.
A ponte feita de piaçava,
Com o soprar do vento,
Simplesmente balançava,
Oscilava a todo o momento.
Como havia eu de atravessar?
Sem coragem, sem destino?
Foi pensando que me encontrei num lugar
Que só mesmo em um sonho genuíno.
Contra o vento as asas abri
E saltei para a liberdade.
E já não estava mais ali,
Sobrevoava toda a cidade.
Mas e a ponte, o rio e as piranhas,
Desafio a ser superado?
Todas essas visões estranhas
Se tornaram um medo apagado.
No meio do caminho havia uma ponte,
E embaixo da ponte, um rio
E, no rio, um monte
De piranhas que não causam mais arrepio.
Deleir Inácio de Assis

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Não falamos de amor

Deixarei que as águas rolem...

Não falamos de amor...
Não falamos de amanhã.
Mas necessito acabar com essa dor
Que desperta comigo a cada manhã.

Não falamos de paixão,
Não falamos de amanhã.
Embora eu não tenha mais chão
Desde que a tristeza tornou-se minha irmã.
Não falamos de amor...
Não falamos de um futuro!
Contudo, eu não sei fingir, não sou ator:
Você é o meu caminho mais seguro.
Nós falamos de decisões
Concomitantemente certas e erradas.
Viva, sim, suas reais ilusões,
Mesmo deixando, assim, pessoas machucadas.
Nós falamos do tudo,
Nós falamos do nada.
Ainda hei de encontrar um escudo
Para me defender de sua evolução conturbada.
Deleir Inácio de Assis



terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Comércio da vida


Eu apenas quero um metro cúbico de sossego.
Quanto custa? Não quero amor, nem carinho ou aconchego,
Ao contrário! Traga também uma dose de desapego...




Deleir Inácio de Assis



quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

O meu choro

As lágrimas teimam em rolar
Como rio para o mar
Sem saber como parar...

O meu choro
É sem decoro
É sem decência.
E se eu choro
Eu não imploro
Por clemência.
Eu só queria
Que esse dia
Fosse, enfim,
Neutro, vago.
Lembranças trago
Dentro de mim.
O choro vem da alma,
Meu peito na palma
Da minha mão.
Cabeça curvada,
A face molhada,
Estranha sensação.
Sinto-me vazio.
Universo sombrio
Em meu interior
Que se expande
E torna tão grande
A minha dor.

E o choro prossegue
Que cada lágrima regue
A minha ilusão
De um dia encontrar,
Em algum lugar,
O meu coração.

Deleir Inácio de Assis

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Necessidade de transição?

Transição

Essa sua fase de transição
Metamorfose psico-idealista
Seria um retrocesso ou evolução?
Processo utópico ou realista?

A ruptura com o passado
Requer abnegação e entrega.
Futuro e pretérito caminham lado a lado
Mas um dos dois a gente renega.
No seu caso, não mais vale
O que passou, o que ficou para trás.
E mesmo que a voz ainda fale
Do passado, tudo isso já não lhe compraz.
E eu renego o meu futuro
Encarcerado na alcova da vida,
Pois o que há de vir é impuro,
Lastimável paixão proibida.
Cabe a cada um de nós decidir
A condição que se deseja alcançar.
Ou abrir caminho para o porvir
Ou permitir que tudo permaneça como está.

Deleir Inácio de Assis

domingo, 25 de janeiro de 2009

Recordações de um (antigo) amigo gaúcho


Criatura insólita,
Temerária, porém hipócrita.
Tua vida é uma incógnita.

Deleir Inácio de Assis


Entrego-te as minhas reticências... (Foto de Douglas, o gaúcho - DF/2008)

sábado, 24 de janeiro de 2009

Olha o que fez comigo

"Fica comigo, eu imploro!"

Não quero nem imaginar
Onde tudo isso vai acabar.
Eu me perco nessa noite escura
E me encontro, se saio à sua procura.
Mas me encontro vazio, carente,
Sem você, tudo fica diferente.
O azul do céu se torna breu.
Lembra aquele dia claro? Escureceu!
Do pássaro o canto vira espanto
E o mar se cobre com um atro manto.
Sua orla já não tem mais brisa.
Você é meu desejo que não mais se realiza.

E quando meu rosto fica molhado,
Totalmente encharcado,
É porque sinto saudades demais!
Não dá para seguir em paz!
Meu coração pulsa, para, pulsa,
No compasso dessa solidão avulsa.
E na lembrança dos momentos de cumplicidade
É que eu choro e sofro de verdade.
O choro, eu sofro, eu choro,
Fica comigo, eu imploro!
Perturbação. Medo. E pesadelos.
Seu amor, seu carinho... Para sempre quero tê-los.

Deleir Inácio de Assis


sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

É o fim?

Ai! Preciso encontrar um remédio para isso
Mesmo que seja um chá de sumiço
Ou acabar de vez com nosso compromisso.

Deleir Inácio de Assis


Será o fim?

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Marias

Tivesse eu uma Maria, a Maria, eu, a Maria...

Lá vai Maria!
Lata d'água na cabeça todo dia!
Maria é feira,
Maria é freira.
É pura alegria!
Maria também é tristeza,
Puro carisma e beleza.
Maria está na igreja,
No bar, tomando cerveja.
É Maria onde quer que esteja.
Das Graças, da Conceição,
Aparecida, da Anunciação,
Das Dores, da Paz e América.
Maria é uma mulher genérica
Em qualquer situação.
Não há hora e nem lugar
A Maria chegou pra ficar.
A todas as Marias do mundo
Dedico meu carinho profundo,
Esteja ela na feira, igreja ou bar.
Deleir Inácio de Assis

Triste fim de um inocente

Guerra de rifles.


Não imaginava que seria assim
O meu fim, meu triste fim.
Banhado de sangue e suor,
Chegou a hora de voltar ao pó.


Sei que é triste a despedida
Mas não há nada a fazer, é a vida...
Ou seria melhor dizer: é a morte?
Não importa! Eu não tive mesmo sorte...


Não acredito no acaso,
Cada caso é um caso
E o meu é bem simples:


Da minha vida não levarei nada!
A bala perdida foi por mim encontrada
No meio da guerra de rifles.

Deleir Inácio de Assis

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Memórias de uma noite sombria

Imagem de Bruno Schonfelder

Memórias...
Seria melhor não tê-las.
Mesmo de fama e glórias,
Findarão qual apagar de estrelas.
E a noite se apodera
Do instante.
Cai severa,
Insinuante.

Ouro de tolo,
Cobre de dor
Minh'alma sem consolo.
Já não é mais dia
E nada conspira a meu favor.
São memórias de uma noite sombria.
Deleir Inácio de Assis

domingo, 18 de janeiro de 2009

Felicidade saborosa e suave




Não há felicidade que não seja
Saborosa como cereja,
Suave como canção sertaneja.

Deleir Inácio de Assis





Cereja musical

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Só porque você gosta de mim...

A todos aqueles que realmente gostam de mim.


Sabe
Aquele dia
Em que não cabe
A alegria
No seu peito?
(Felicidade
Não é utopia.
Em verdade,
Todos têm direito).


Então,
Estou assim
- Preste atenção -
Só porque você
Gosta de mim.
Pode dizer:
"Que idiotice"!
Pode até ser,
É como eu disse.


Mas só eu sei,
Somente eu,
O quanto errei
-Como doeu...-
Ao desprezar meus sentimentos.
E agora
Isso é meu.
É botar pra fora
O que pulsa peito adentro.

E transborda,
Contagia.
Isso me acorda
Da fantasia.
Sou tão carente...
Quero que me bajule
Noite e dia
E que me adule.
Serei feliz eternamente.


Deleir Inácio de Assis

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Tudo passa...

"...Olhai para os lírios do campo, como crescem; não trabalham nem fiam; contudo vos digo que nem mesmo Salomão em toda a sua glória se vestiu como um deles". Mateus 6:28-29


Esqueça os remédios e colírios!
Deixe que as lágrimas molhem
Seu belo, sofrido rosto.
Não escolhemos os delírios,
Eles nos escolhem,
Mesmo a contragosto.
Olhe do campo os lírios,
Que não tecem, nem fiam, nem colhem,
Mas se exibem em gozo claramente exposto.


E o que dizer de nossas desventuras?
Tudo passa! A realidade é cruel, é dura.
Lute! Vença! Mas mantenha inabalável a sua estrutura.



Deleir Inácio de Assis

Paixão bumerangue

Bumerangue...

Paixão bumerangue
Tá na carne, no meu sangue.
Pode ir, e até mesmo demorar,
Cedo ou tarde, haverá de retornar.
Foi-se embora e deixou saudade,
Saudade que meu peito invade
Com ímpeto e me apavora.
Por que você foi embora?

Ao voltar, arrependida,
Traz consigo o sentido da minha vida.
Paixão bumerangue lançada com dor
Regressa resplandecente de amor.
Deleir Inácio de Assis

Tudo é loucura!

Tudo é loucura...


Loucura... Tudo é loucura!
Como posso negar teu amor, criatura?
É na minha sede a cristalina água pura.
É a luz que me ilumina nessa noite escura...
Dói? Claro que dói!
Essa loucura por dentro me corrói.
E se resisto, torno-me um herói.

Teu olhar penetra meu interior,
É impossível falar de ti sem tocar no amor.
Miro o horizonte até o sol se pôr
Pensando em ti, tua boca, teu sabor.

Dói? Claro que dói!
Essa loucura por dentro me corrói.
E se resisto, torno-me um herói.
Se estivesses aqui, prender-nos-íamos no abraço
Infinito, atado como um laço.
Contigo é gravidade zero, o espaço.
Estaria contigo dia-a-dia, passo-a-passo...
Dói? Claro que dói!
Essa loucura por dentro me corrói!
E se resisto, torno-me um herói.

Deleir Inácio de Assis

Acabou

Nada dói mais do que a dor de amor... Ilusão machuca e destrói sonhos.

Queria tanto que fosses meu infinito!
Nosso amor sempre foi tão bonito...
Mas terminou, acabou, não dá mais!
Tudo o que quero é viver em paz.
Preciso te esquecer e não voltar atrás.



Sinceras palavras de amor eu proferi,
O teu coração nunca, nunca feri.
Dependendo de mim, seríamos eternamente felizes.
Tuas lembranças são agora dolorosas cicatrizes.
Não poderia continuar suportando as nossas crises.



Se as estrelas explodiam feito dinamite
E o céu enluarado não era o meu limite,
Hoje vivo recluso, solitário e encarcerado.
Toda aquela imensidão ruiu como espelho quebrado.
São recordações guardadas em um coração dilacerado.



E as promessas fabulosas que a mim fizeste,
De preencher meu coração de norte a sul, de leste a oeste,
Quero lançar no mais profundo mar do esquecimento.
Dor, tristeza, mágoa, ódio, ilusão e lamento
Fazem parte dessa história de amor... E sofrimento.



Deleir Inácio de Assis

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Decepção

A dor da decepção é corrosiva e insuportável.

Bandida! Ordinária!
Você jurou-me amor eterno!
Merece viver solitária!
Ódio! Raiva! Inferno!
Agora tudo é frio, é inverno...
Abominável! Mercenária!

Repugnante! Descarada!
Meu desejo é que morra!
Sou capaz de prendê-la na masmorra!
Insensível! Depravada!
Mais honrada que você, até Gomorra!
Da sua insignificância, não quero nada!

Deleir Inácio de Assis

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Nem eu mesmo sei quem eu sou

Às vezes, custa-me aceitar
Que tudo vai acabar
Que nada disso é real.
Tudo parece tão lindo
E ao mesmo tempo, triste.
E assim, mesmo sorrindo,
Sei que a alegria não existe.

Quem sou?
Quando tudo começa novamente,
Realiza-se meu desejo.
E, apesar de tudo o que eu vejo,
Sei que não é mais do que semente,
Brotando em um chão ardente.
Quando tudo termina
Aí é que a semente germina.
E a vida vai passando,
As ironias do destino se apresentando.
Tudo é mascarado, tudo é errado,
Mas quem se importa?
Se a esperança já está morta?
Deleir Inácio de Assis

domingo, 11 de janeiro de 2009

Ilusões aceitáveis

Fantasias? Sim! Não as sexuais...
Quimeras? Também. Porém, não as biológicas.
Nossos sonhos não são todos iguais,
Embora sigam tendências lógicas.
É possível viver da esperança?
Acreditar em algo que não se vê?
Quem acredita não se cansa,
Vive daquilo em que crê.
Fantasias? Sim. Inclusive as sexuais.
Quimeras? Também. Por que não as biológicas?
A vida está repleta de rituais,
Quase todos enganações psicológicas.
O homem é, afinal, uma criança,
Pois acredita e não desiste.
Quem acredita não descansa,
Vive daquilo que nem sabe se existe.
Deleir Inácio de Assis

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Física do amor

O amor é um desenho na areia da praia que onda nenhuma apaga...

Necessito compreender urgentemente essa MECÂNICA
Sorrateira, insaciável e DINÂMICA,
Que queima com um CALOR irresoluto
E despenca, de súbito, até o ZERO ABSOLUTO!
Uma ONDA de amor oscila em minha vida,
De amplitude incomensurável, para um INSTRUMENTO DE MEDIDA.
Até aceito e entendo: E = m . c²,
Mas minha ENERGIA é ainda mais intensa ao teu lado.

Acho que o cupido me acertou com um VETOR
E transformou meu corpo em um SUPERCONDUTOR.
RESISTIVIDADE ZERO a essa loucura que me vem,
Indecifrável até mesmo para ALBERT EINSTEIN.
É uma FORÇA que modifica toda minha estrutura,
CORRENTE de prazer que torna a alma pura.
E quando exerce com volúpia PRESSÃO total,
Transcende qualquer limite ESPAÇO-TEMPORAL.
O IMPULSO aplicado é capaz de me fazer voar.
Chego às estrelas, numa REAÇÃO DE FUSÃO NUCLEAR.
E seu MAGNETISMO me atrai novamente para ti...
É essa a FÍSICA do amor que contigo aprendi.
Deleir Inácio de Assis