quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

O meu choro

As lágrimas teimam em rolar
Como rio para o mar
Sem saber como parar...

O meu choro
É sem decoro
É sem decência.
E se eu choro
Eu não imploro
Por clemência.
Eu só queria
Que esse dia
Fosse, enfim,
Neutro, vago.
Lembranças trago
Dentro de mim.
O choro vem da alma,
Meu peito na palma
Da minha mão.
Cabeça curvada,
A face molhada,
Estranha sensação.
Sinto-me vazio.
Universo sombrio
Em meu interior
Que se expande
E torna tão grande
A minha dor.

E o choro prossegue
Que cada lágrima regue
A minha ilusão
De um dia encontrar,
Em algum lugar,
O meu coração.

Deleir Inácio de Assis

2 comentários:

  1. Cruzes, credo, Deleir!!! Poema lindo, mas muito triste. Com essa idade e no Brasil? O futuro está agora em Belém do Pará, enquando o passado desfila em Davos, na Suiça.
    Um abraço.

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  2. Caro Deleir,
    Lamento o sucedido, pois eu só conheci o meu aos 17 anos (foi para o Brasil quando eu tinha 3 meses, para para poder alimentar os 8 filhos, e só veio a Portugal, pela primeira vez, 17 anos depois) e perdi-o aos 26 anos.

    Quanto ao (des)acordo ortográfico, eu sou frontalmente contra, mas não escrevo sobre isso. Vou procurar quem escreva e envio-lhe os endereços por e-mail.

    Um abraço,

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