terça-feira, 23 de novembro de 2010

Recobrando meus sentidos outrora perdidos

Reencontro.


Foi-se o tato com a sua partida

A palma da minha mão ficou estendida

Apenas podendo lhe acenar,

Sem ter um retorno, um último olhar.

Olhar... Olhar para onde, se não podia lhe ver?

Se mesmo querendo, não tinha esse poder?

Meu consolo era que o coração guardava a lembrança

E que tudo voltaria a ser como era... Doce esperança!

Podia ouvir até mesmo o sussurrar de uma brisa,

De tão atento que me tornei com a solidão que aterroriza.

Acreditando que qualquer ruído que escutasse

Seria indício de seu retorno por inteiro, frente a frente, face a face.

E a sua presença... Ah, que sonho desejado!

São quimeras de um amor bloqueado.

Embora distante, posso sentir o cheiro de seus cabelos,

E o odor de seu perfume, de seus resquícios... Como desejo tê-los!

E nunca mais me sentir assim tão só. Tão só!

Abatido, abandonado. Como se já tivesse retornado ao pó.

Ainda sinto o gosto dos seus beijos fantasiosos, inocentes, pueris.

São ósculos distantes, calorosos, que nunca tive e sempre quis.

Hoje, o nosso reencontro me leva ao delírio

Exultando extasiado com o fim desse martírio

Lutando para conter as lágrimas, a saudade dos bons tempos vividos,

Recobrando meus sentidos outrora perdidos.
Deleir Inácio de Assis