sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Inconstância do instante

Em um ínfimo instante, o tudo pode não mais ser
As palavras podem se esvair e se tornar silêncio cruel
O presente instante pode se perder
E padecer
Vendo a noite cair e escurecer o céu.
O sol sem brilho já não será mais sol
A noite sem lua é um negro dia
O canto perdido de um rouxinol
Ecoa em um tom bemol
Na estrada da vida, triste agonia.
O momento da inevitável despedida
Pode durar menos de um segundo
Sem tempo para uma carta ser lida
Sem detalhes para uma história de vida
Sem recordações para levar desse mundo.
O agora passou e não existe
O passado é imutável, isso é verdade
Mas o futuro, seja ele alegre ou triste,
É a nossa grande oportunidade.
E se torna real para aquele que não desiste.
Enquanto um beijo lhe chega à face
Existe outro alguém sendo apunhalado
Não permita que o tempo passe,
Tempo que a cada instante renasce,
E deixe apenas recordações do passado.
Deleir Inácio de Assis

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Saudade avassaladora




Como dói o meu peito
Quando lembro dos momentos
Em que éramos o amor.
E, agora, nem sei direito,
Como nos tornamos tormentos,
Talvez ódio, saudade e rancor.
Minha vida segue sem sentido,
Incompleta, sofrida, amargurada.
Não há consolo que afaste essa saudade.
Se eu soubesse, não teria me rendido,
Se pudesse, tornaria nosso tudo em nada
E se eu morresse, encontraria a liberdade.
Deleir Inácio de Assis