sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Parascavedecatriafobia

Taguatinga, DF. Sexta-feira, 13 de agosto de 2010.



Em um desprezível assobio do vento
Oculta-se um gélido e inevitável assombro
É o sinal de que se erguerá da escuridão e dos escombros
Algum ser alucinante, causador de tormento.
Os reluzentes olhos do gato são aterrorizantes
Mas não se comparam à sua negritude,
O que remete a se tomar uma precavida atitude
De não permitir que de si ele atravesse diante.
Uma escada encostada na parede, inerte,
Causa mais espanto do que um despacho.
Em hipótese alguma se deve passar por baixo,
Pois, cometido esse erro, não há o que o conserte.

Mas se engana quem crê que não há pior situação,
Erro mais grave é quebrar um espelho!
Não adianta nem dobrar os joelhos
E clamar por alguma compaixão.
Na verdade, assim pensa quem vê no azar uma mania,
Quem tem aversão ou horror à sexta-feira treze.
E pode se preparar para tentar ler várias vezes,
O nome desse pavor irracional é parascavedecatriafobia!
Deleir Inácio de Assis

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