Meu sustento, minha força.
Nas horas em que não há mais sentido,
Em que a dor é a única companheira,
Quem é que habita o meu gemido?
Qual é a luz que ilumina sorrateira?
Em sigilo, sofro demasiadamente
E não encontro o caminho que liberta.
Procuro uma porta que seja posta à minha frente,
Quer esteja ela fechada, quer esteja ela aberta.
Esta algema brutal que me castiga
É a ilusão de conseguir um bom motivo.
E o teu olhar é o meu sustento, a mão amiga,
É o que faz ainda me manter e me sentir vivo.
Sem a apoteose da tua mirada voraz
Não sei o que seria de meus dias.
É o único remédio realmente eficaz
Que faz cessar as minhas agonias.
Deleir Inácio de Assis
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