Como rio para o mar
Sem saber como parar...
O meu choro
É sem decoro
É sem decência.
E se eu choro
Eu não imploro
Por clemência.
Eu só queria
Eu só queria
Que esse dia
Fosse, enfim,
Neutro, vago.
Lembranças trago
Dentro de mim.
O choro vem da alma,
Meu peito na palma
Da minha mão.
Cabeça curvada,
A face molhada,
Estranha sensação.
Sinto-me vazio.
Universo sombrio
Em meu interior
Que se expande
E torna tão grande
A minha dor.
E o choro prossegue
Que cada lágrima regue
A minha ilusão
De um dia encontrar,
Em algum lugar,
O meu coração.
Deleir Inácio de Assis